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Impacto da Legislação em Embalagens Sustentáveis de Alimentos e Bebidas

Novas leis estão causando impacto na fabricação e no uso de plásticos. A indústria de alimentos e bebidas está respondendo a elas, mudando suas embalagens para produtos mais sustentáveis.

Por: Richard Brooks | segunda-feira, 5 de julho de 2021 | Tempo de leitura: 8 minutos

Era uma vez o tempo em que usar plásticos em embalagens de alimentos e bebidas era uma revelação. Constatou-se que os plásticos ajudam a manter a qualidade dos alimentos, aumentar a sua validade e a facilitar a embalagem e o transporte. Mas os efeitos ambientais adversos do plástico se mostraram impactantes. Quase todos os resíduos plásticos são incinerados, despejados em aterros ou na água: atualmente, muito pouco é reciclado. Entre as consequências do uso e descarte de plástico estão a poluição da água, problemas de saúde, ameaças à vida marinha e aterros contendo produtos químicos nocivos.

Um relatório da Fundação Ellen MacArthur recentemente previu que o plástico no mar irá ultrapassar a vida marinha até 2050. De acordo com a União Europeia, até 85% do lixo marinho em águas da União Europeia é agora composto de plástico. Adicionalmente, um estudo recente da Pew Charitable Trust mostrou que 11 milhões de toneladas de resíduos plásticos vão parar nos oceanos a cada ano. Sem controle, esse valor aumentaria para 29 milhões de toneladas métricas por ano até 2040.

Como resultado, os governos nos níveis estadual, nacional e regional estão começando a tomar medidas legislativas para minimizar o impacto ambiental do plástico. Muitas dessas ações são focadas na eliminação de sacos plásticos, canudos e outros itens de uso único, como copos de isopor, enquanto outras ações têm por alvo a família de substâncias químicas per- e polifluoroalquil (PFAS).

Alguns exemplos de ações legislativas sobre plásticos de uso único são:

  • A Diretiva 2019/904 da União Europeia proíbe 10 plásticos de uso único nos mercados dos países-membros e orienta esses países a aplicarem medidas que reduzam a produção de materiais de uso único em favor de materiais mais sustentáveis, recicláveis e reutilizáveis. Essa lei entrou em vigor em julho de 2021, embora os países membros fizeram sua implementação através de sua própria legislação e regulamentação.

Placas revestidas de plástico estão sujeitas à restrição na UE, incluindo o (bio)plástico aplicado nela, enquanto copos de café não estão proibidos "na ausência de alternativas não plásticas para as mesmas aplicações estando disponíveis em uma escala suficiente."

  • Vários países, incluindo Canadá, Tailândia, Ruanda e Bangladesh, assim como a Cidade do México, províncias na Austrália e vários estados nos EUA aprovaram proibições aos sacos plásticos de uso único.
  • O Reino Unido, em 2015, aprovou um imposto sobre sacolas plásticas de uso único e, três anos depois, proibiu a venda de produtos que contêm microesferas. A Inglaterra também aprovou a proibição de canudos de plástico, misturadores para café e cotonetes.
  • A China, depois de aprovar uma proibição para todas as importações de plástico em 2017, no início deste ano baniu canudos de plástico em restaurantes e plásticos de uso único.

Para PFAS, alguns países aprovaram leis que regulam o uso de certos compostos, enquanto outros, neste momento, estão oferecendo orientação:

  • Em 2020, a Dinamarca aprovou uma proibição para papel e papelão revestidos com PFAS e se juntou a quatro outros países da União Europeia (UE) (Alemanha, Holanda, Noruega e Suécia) para propor a limitação da fabricação e uso de PFAS.
  • A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em setembro de 2020, recomendou o uso de PFAS de cadeia curta e alternativas não fluoradas para PFAS de cadeia longa para papel e papelão usados em embalagens de alimentos. A OCDE conclamou os governos a divulgarem informações sobre os riscos do PFAS e a aumentarem a conscientização sobre alternativas que não usem PFAS.
  • A Agência de Proteção Ambiental dos EUA, em abril, criou um Conselho da EPA sobre PFAS para analisar os possíveis riscos ambientais e de saúde que podem ser causados pelos 29 produtos químicos dessa família.
  • O Congresso dos EUA atual está estudando várias leis que abrangem detecção e pesquisa, possíveis novas regulamentações, assistência à limpeza e exposição ao PFAS em torno de bases militares.
  • O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão revisou recentemente sua Lei de Controle de Substâncias Químicas para proibir o processamento de ácido perfluorooctanóico surfactante (PFOA ou C8).
Inovação em Embalagem de Papel

A indústria de embalagens de papel tem agora a oportunidade de ajudar a resolver o problema da poluição causada pelo plástico, desenvolvendo soluções de embalagens inovadoras que podem ser tão funcionais quanto o plástico, além de serem prontamente compostáveis, recicláveis e repolpáveis.

Mas ela deve resolver vários desafios para que embalagens à base de papel substituam os plásticos. Entre eles estão:

Funcionalidade - Muitas aplicações exigem que o pacote seja resistente à água e umidade, óleo e gordura e outros produtos químicos. A embalagem deve ter resistência e durabilidade de forma a proteger o conteúdo sob uma variedade de condições. Para as embalagem de alimentos, os requisitos de segurança alimentar devem ser cumpridos sem exceção. Para atender às necessidades funcionais, novos revestimentos de barreira ecológicos e mais sustentáveis estão sendo desenvolvidos para substituir os revestimentos de barreira tradicionais como o polietileno ou PFAS, que são usados em embalagens de papel hoje em dia.

Compostagem - Especialmente em relação às embalagens de alimentos, atender aos padrões de compostagem industrial e doméstica é fundamental para minimizar a poluição. O Instituto de Produtos Biodegradáveis (BPI) e a TUV Austria são exemplos de órgãos de certificação que definem requisitos para a compostagem de artigos de embalagem. Além disso, o OWS, com sede na Bélgica, fornece serviços de testagem de biodegradabilidade, compostabilidade e ecotoxicidade para a Solenis e outras empresas.

Repolpagem - A indústria do papel tem sido uma defensora padrão da reutilização do papel como alternativa ao uso de celulose de madeira. Normalmente, os copos de papel são produzidos com papel virgem, mas não podem ser facilmente reciclados ou recolhidos devido aos revestimentos de polietileno usados como barreira à água. As normas de repolpabilidade foram desenvolvidas pela The Fibre Box Association e pela American Forest and Paper Association, e as certificações e testes podem ser obtidos através da Western Michigan University.

Fabricação - Qualquer inovação deve ser fabricada em operações comerciais e deve alcançar padrões de produtividade e qualidade semelhantes aos dos produtos atuais. Esse é um desafio importante, pois as tecnologias responsáveis já estão em vigor há décadas e são otimizadas para atingir padrões aceitáveis de custo e qualidade. Em alguns casos, para obter a funcionalidade necessária para a embalagem, será necessário um novo investimento em equipamentos e será preciso desenvolver novas cadeias de valor. Por exemplo: as barreiras de polietileno são laminadas no papel usando equipamento de extrusão. Novos revestimentos de barreira mais sustentáveis serão aplicados ao papel usando equipamentos totalmente diferentes, como por exemplo, revestidores de cortinas.

Custo - Apesar do foco em sustentabilidade, o custo sempre será um ponto principal para proprietários de marcas e consumidores. O valor extra que os proprietários de marcas e consumidores estão dispostos a pagar por uma solução mais sustentável ainda é uma grande incógnita. Mesmo que a legislação elimine as tecnologias em voga, ainda haverá um foco no desenvolvimento da solução alternativa mais econômica.

Para superar esses desafios críticos, surgiram vários consórcios na indústria que incluem proprietários de marcas, empresas de embalagens, produtores de papel e fornecedores de matéria-prima. Alguns exemplos de grandes consórcios na indústria são:

A Sustainable Packaging Coalition, uma colaboração com base em filiação que acredita no poder da indústria para tornar as embalagens mais sustentáveis. Essa coalizão é uma das principais vozes em embalagens sustentáveis e os membros são apaixonados pela criação de embalagens que sejam boas para as pessoas e o meio ambiente.

A 4evergreen é uma aliança intersetorial que fomenta sinergias entre as empresas que promovem embalagens de baixo carbono e à base de fibra circular. Ao reunir toda a cadeia de valor, a 4evergreen permite a cooperação com uma visão abrangente do ciclo de vida das embalagens baseadas em fibras.

O projeto Piloting Alternatives to Plastics da VTT  reuniu mais de 50 empresas para cooperar na redução da necessidade de plásticos  usando fibras naturais.

O NextGenCup challenge da Closed Loop Partners, é patrocinado pelos principais proprietários de marcas como Starbucks, McDonalds, Wendy's, Yum Brands e Nestle, para desenvolver soluções inovadoras que tenham o potencial de transformar os resíduos dos 250 bilhões de copos de fibra para viagem utilizados anualmente em um material valioso para o sistema de reciclagem.

Investimentos da Solenis em Alternativas para Plásticos

Por sua vez, a Solenis vem desenvolvendo materiais de embalagem para alimentos e bebidas que deixam de usar plásticos, ao revestir papel/papelão com materiais poliméricos sem PFAS que podem impedir que a água e gordura destruam as embalagens. Essas invenções incluem os revestimentos de barreira à base de biowax TopScreen™, revestimentos de barreira resistentes a óleo e gordura TopScreen™ (para embalagens e copos flexíveis), revestimentos de barreira repelentes de água (para papel e papelão) e a tecnologia ContourSM sem PFAS, resistente a óleo e gordura (para polpa de papel moldada). Em suas recomendações, o relatório da OECD sobre PFAS mencionou o TopScreen™ como uma alternativa àquela família de produtos químicos de barreira.

A Solenis também tem trabalhado com empresas do setor de embalagens de alimentos em todo o mundo, para desenvolver barreiras mais sustentáveis e econômicas que permitam que embalagens à base de papel possam ser incorporadas a uma ampla variedade de cadeias de suprimentos.

Em 2019, a Solenis foi uma das 12 vencedoras no NextGen Cup Challenge, uma competição global para desenvolver um copo para viagem que seja de fibra reciclável e/ou compostável. Ela venceu pela sua invenção de revestimento de barreira TopScreen™, que permite o uso mais sustentável do papel para fabricar um copo portátil reutilizável e reciclável, o suporte principal da indústria de alimentos e bebidas para serviço rápido.

Saiba mais sobre esses esforços para reduzir o plástico em nossa página sobre embalagem de papel para alimentos e bebidas. E se você quiser colaborar na inovação de embalagens sustentáveis de alimentos e bebidas, entre em contato conosco hoje mesmo.

Richard Brooks

Diretor Global de Marketing - Embalagem para o Consumidor

Richard ingressou na Solenis em 2017, após uma carreira de 35 anos na DuPont e Sonoco. Ele tem uma grande paixão por inovação e crescimento colaborativo e gosta de trabalhar com equipes multifuncionais globais para oferecer soluções sustentáveis em todo o mundo.